O contexto político brasileiro está formando um novo tipo de comportamento, o da esquerdofobia. O medo das idéias de esquerda e a propagação de que nelas reside a ameaça de que possamos ser surpreendidos com um regime comunista. Não existe argumento mais risível do que esse, em que se procura convencer os incautos de que deveremos abraçar a ideologia neoliberal, incutindo o medo quanto a participação do estado na economia.
Alguns argumentam, até em defesa da volta dos militares ao poder, que o golpe de 1964 se deu para nos salvar das garras do comunismo. Quando na verdade havia outros motivos maiores do que o simples receio do perigo vermelho. O Brasil vivia naquele tempo uma grave crise econômica, uma inflação descontrolada e muitas denúncias de corrupção contra o governo. Mas ou menos o que se verifica hoje. A direita se aproveitou do fato da presença de um socialista no poder para justificar o golpe. E deu no que deu.
A história se repete. A chegada das forças populares ao poder, assustou a direita. Passaram a trabalhar a divulgação, com apoio da mídia e do empresariado, de que havia uma conexão entre os partidos de esquerda e o comunismo. Fizeram despertar a esquerdofobia. Ora, sabe-se que toda fobia é irracional. Não se pode desconhecer que a esquerda que chegou ao poder cometeu alguns erros imperdoáveis, se nivelando aos demais que há muito tempo vêm exercendo a política da corrupção em nosso país. Mas daí a se jogar a culpa exclusivamente na esquerda é algo que se apresenta como muito injusto. Mas é o aproveitamento das circunstâncias.
Voltar a imaginar que o país pode ser tomado pelos comunistas foge à maturidade política e intelectual. O comunismo não se sustenta mais enquanto ideologia. O que permanece é um sentimento contrário à exploração dos pobres pelos poderosos. O que ainda se mantém como ideal é o estabelecimento de uma política direcionada para o social. O que continua sendo considerada importante para benefício de todos, indistintamente, é a inclusão social, o combate à miséria, a defesa da democracia, onde os direitos e deveres sejam iguais para todos.
A esquerda cometeu muitos erros, estratégias equivocadas, adoção de métodos antiquados de governar, imposição autoritária de seus conceitos. Mas não justifica que se consolide o ódio intransigente à sua ideologia. A intolerância sócio-política que estamos vivendo, produz uma cegueira que impede a crítica real e objetiva da conjuntura. Estão levando o país a uma conflagração entre classes, um duelo inconseqüente entre os pensadores da política nacional, que se situam, cada vez mais, em posições antagônicas extremadas.
Assisti recentemente um episódio que me causou espanto e perplexidade. Um amigo, ao adquirir a Revista Capital numa banca de jornais, foi interpelado de forma violenta por um estranho, sendo acusado aos berros de comunista. A que ponto chegamos. A esquerdofobia fazendo com que cidadãos fiquem expostos a esse tipo de censura pública apenas por estar comprando uma revista que, segundo o agressor, exercia um jornalismo contrário ao que ele defende.
Alguns argumentam, até em defesa da volta dos militares ao poder, que o golpe de 1964 se deu para nos salvar das garras do comunismo. Quando na verdade havia outros motivos maiores do que o simples receio do perigo vermelho. O Brasil vivia naquele tempo uma grave crise econômica, uma inflação descontrolada e muitas denúncias de corrupção contra o governo. Mas ou menos o que se verifica hoje. A direita se aproveitou do fato da presença de um socialista no poder para justificar o golpe. E deu no que deu.
A história se repete. A chegada das forças populares ao poder, assustou a direita. Passaram a trabalhar a divulgação, com apoio da mídia e do empresariado, de que havia uma conexão entre os partidos de esquerda e o comunismo. Fizeram despertar a esquerdofobia. Ora, sabe-se que toda fobia é irracional. Não se pode desconhecer que a esquerda que chegou ao poder cometeu alguns erros imperdoáveis, se nivelando aos demais que há muito tempo vêm exercendo a política da corrupção em nosso país. Mas daí a se jogar a culpa exclusivamente na esquerda é algo que se apresenta como muito injusto. Mas é o aproveitamento das circunstâncias.
Voltar a imaginar que o país pode ser tomado pelos comunistas foge à maturidade política e intelectual. O comunismo não se sustenta mais enquanto ideologia. O que permanece é um sentimento contrário à exploração dos pobres pelos poderosos. O que ainda se mantém como ideal é o estabelecimento de uma política direcionada para o social. O que continua sendo considerada importante para benefício de todos, indistintamente, é a inclusão social, o combate à miséria, a defesa da democracia, onde os direitos e deveres sejam iguais para todos.
A esquerda cometeu muitos erros, estratégias equivocadas, adoção de métodos antiquados de governar, imposição autoritária de seus conceitos. Mas não justifica que se consolide o ódio intransigente à sua ideologia. A intolerância sócio-política que estamos vivendo, produz uma cegueira que impede a crítica real e objetiva da conjuntura. Estão levando o país a uma conflagração entre classes, um duelo inconseqüente entre os pensadores da política nacional, que se situam, cada vez mais, em posições antagônicas extremadas.
Assisti recentemente um episódio que me causou espanto e perplexidade. Um amigo, ao adquirir a Revista Capital numa banca de jornais, foi interpelado de forma violenta por um estranho, sendo acusado aos berros de comunista. A que ponto chegamos. A esquerdofobia fazendo com que cidadãos fiquem expostos a esse tipo de censura pública apenas por estar comprando uma revista que, segundo o agressor, exercia um jornalismo contrário ao que ele defende.
Rui Leitão
Enviado por Rui Leitão em 07/11/2017